DESVENDANDO A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - por Ivan Cesar Belentani (Ch Div Adm APMBB)

“Laços fora, soldados! Pelo meu sangue, pela minha honra, juro fazer a liberdade do Brasil. Independência ou morte!”
Com essas palavras D. Pedro I decretava às margens do rio Ipiranga a independência do Brasil, mas o processo foi mais complexo. 
A monarquia portuguesa estava em decadência. O rei Dom João VI, com sua corte, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, havia chegado ao Brasil em 1808, elevando o país a condição de Reino Unido de Portugal e Algarves. Entretanto, a elite portuguesa estava insatisfeita com o abandono da realeza e propagavam movimentos por mudanças. Em 1820 eclode em Portugal uma revolução que buscava restituir a soberania lusitana e colocar o Brasil novamente em condição de colônia. D. João VI se viu obrigado a retornar ao país, em 1821, nomeando seu filho, D. Pedro I, como príncipe regente do Brasil.
D. Pedro I iniciou sua regência tomando medidas que desagradaram as forças políticas portuguesas. Baixou impostos e equiparou autoridades militares brasileiras às portuguesas. Comerciantes e fazendeiros brasileiros passaram a apoiar D. Pedro I.
Sua ascensão não foi bem vista em Portugal, sendo exigido seu retorno imediato àquele país.
D. Pedro se recusou a retornar à Portugal e em 09 de janeiro de 1822 expressou: “se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!”, ficando essa data conhecida como o “Dia do Fico”.
A relação com a corte portuguesa era insustentável e D. Pedro I passou a tomar algumas medidas severas: criou a Marinha de Guerra, convocou uma Assembleia Constituinte e impôs que nenhuma lei portuguesa seria cumprida no Brasil sem sua aprovação.
Em meados de 1822 D. Pedro I tornou-se maçom. Após discussão em uma sessão maçônica presidida pelo liberal Joaquim Gonçalves Ledo, a maçonaria brasileira posicionou-se a favor da independência do Brasil, tendo sido os maçons paulistanos os primeiros a aclamarem publicamente D. Pedro I como Imperador após o “grito de independência”.
As ideias liberais eram inevitáveis. A corte lusitana novamente determinou o retorno de D. Pedro I, sob pena de uma invasão militar. 
Querendo melhorar a vida do povo brasileiro e manter a união do território, durante uma viagem, às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, no dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro I proclamou a independência do Brasil e tornou-se Imperador após bradar: “laços fora, soldados! Pelo meu sangue, pela minha honra, juro fazer a liberdade do Brasil. Independência ou morte!”.

Major da Polícia Militar do Estado de São Paulo – Academia de Polícia Militar do Barro Branco

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